quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Integrantes do Grupo

Escola Estadual Segismundo Pereira

Integrantes do Grupo:
  • Ana Flávia Carleto
  • Laynne Rodrigues
  • Marianna Gomes
  • Nayara Firmino
  • Rayssa Calazans
  • Victoria Zardo
  • Karen Rubia
Professor: Cléverson Alves

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Barroco

Contexto Histórico:
Com as Reformas Religiosas e a expansão do Renascimento na Europa no século XVI, a igreja católica perdeu grande parte da sua influência.
Foi nesse contexto que um movimento, -inicialmente artístico- chamado barroco surgiu, expressando toda a contradição vivida nesse período: a espiritualidade e o teocentrismo da Idade Média com o racionalismo e antropocentrismo do Renascimento.  
O próprio termo Barroco carregava um “ar” pejorativo devido a sua significação- “pérola irregular”.
O barroco no Brasil teve como marco inicial o poema prosopopeia de Bento Teixeira, que foi introduzido principalmente por jesuítas que usaram esse “novo estilo” como forma de doutrinação. Teve grande influencia no barroco de Portugal, mas com o tempo foi ganhando suas características próprias.

 No Brasil entrou em decadência a partir de 1724 dando lugar ao Arcadismo.

Anjos músicos, detalhe da Assunção de Nossa Senhora, Igreja de São Francisco, Ouro Preto.

Características:

Os temas abordados pelos autores do Barroco foram a solidão, o sentimento de agonia, a brevidade da vida, a preocupação com a morte, o pessimismo e a religião como alivio para as angustia.

Estão presentes também as seguintes características:
v  Contraste: Na literatura é frequente o uso de imagens que retratam essa contradição. Ex.: Carne x Espírito / pecado x perdão / juventude x velhice
v    Pessimismo: O teocentrismo descrevia a vida terrena como sofrimento, destacando como era breve e ilusória.
v    Estilo Ornamental: Na arquitetura barroca era comum a riqueza de detalhes; já na literatura, esses recursos não são simplesmente decorativos, mas uma necessidade de expressão do período. Utilizava-se uma linguagem complexa, composta por antíteses, paradoxos, metáforas, hipérboles.

Essa complexidade se mostrava em dois estilos fundamentais:
·         Cultismo (Gongorismo): Caracterizado pela linguagem rebuscada, culta, extravagante, confere maior ênfase à forma do que ao conteúdo. Preocupam-se em causar impacto pelos jogos de palavras e pelas inversões sintáticas.

·         Conceptismo (Quevedismo): Valoriza o conteúdo do discurso em um jogo de ideias, de conceitos, seguindo um raciocínio lógico, racionalista, que utiliza uma retórica aprimorada.

Barroco Brasil

O barroco chega ao Brasil no inicio do século XVII, somente 100 anos depois de sua expansão pela Europa. Esse novo estilo foi introduzido por missionários católicos, principalmente por jesuítas, que o utilizavam como forma de catequização. O marco inicial do barroco brasileiro foi o poema épico “Prosopopeia” (1601), de Bento Teixeira.
Seus grandes representantes na literatura foram o poeta Gregório de Matos e o orador sacro Padre Antônio Vieira. Nas artes plásticas, seus maiores expoentes foram Aleijadinho como escultor, e Mestre Ataíde como pintor. Na musica, ao contrario das outras artes, sobreviveram poucos, mas belos documentos.

O Barroco teve grande desenvolvimento no Brasil, e foi considerado um estilo nacional por excelência, mas nas primeiras décadas do século XIX com o desenvolvimento do neoclassicismo, começou a cair em decadência.

Segundo Marina Cabral, especialista em Língua Portuguesa e Literatura “O movimento brasileiro, influenciado pelo barroco português, apresentou suas próprias características, pois diferente da realidade portuguesa de luxo e pompa da aristocracia, o Brasil vivia uma realidade de violência, em que se perseguiam os índios e escravizavam os negros”.

As principais características literárias do estilo barroco eram: dualismo, fugacidade, pessimismo, feísmo, cultismo, conceptismo, metáforas, antíteses, hipérboles e paradoxos, literatura moralista, antropocentrismo versus teocentrismo e o principal deles: o conflito existencial gerado pela dúvida do homem entre o prazer e a fé.

Na arquitetura, as igrejas possuíam um frontão triangular sobra uma base retangular, sem preocupações com ornamentos. Na pintura uma de suas grandes características era fazer com que os fiéis se sentissem acolhidos, as pinturas feitas nos tetos das igrejas davam a sensação de estar no céu. As cores mais usadas eram o vermelho, o branco, o dourado e o azul.
A musica barroca possuía ritmos enérgicos, melodias com muitos ornamentos, contrastes de timbres instrumentais e sonoridades fortes com suaves.

As esculturas do barroco eram feitas principalmente de madeiras, pedras-sabão e barro cozido, eram encontradas tanto nas igrejas quanto nas casas, pois era sinal de devoção.

Aleijadinho


Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, nasceu em 29 de agosto de 1730 em Vila Rica (atual Ouro Preto).
É considerado um dos maiores artistas barrocos do Brasil e suas esculturas e obras de arquitetura encantaram a sociedade brasileira do século XVIII. O artista usava em suas obras, madeira e pedra-sabão (matéria-prima brasileira), além de misturar diversos estilos barrocos (rococó e estilos clássico e gótico). Sua existência é cercada por controvérsias. Muitos estudiosos acreditam que ele não existiu e que foi , na verdade, uma invenção do governo de Getúlio Vargas. Aos 40 anos, ficou doente. Ninguém sabe ao certo o que o houve, mas especula-se que teve lepra e foi por causa da doença que recebeu o famoso apelido. Aos poucos, foi perdendo o movimento das mãos e dos pés e para trabalhar pedia ao seu ajudante para amarrar as ferramentas no seu braço. Mesmo assim, continuou trabalhando em igrejas e altares de Minas Gerais. Morreu doente e abandonado em 18 de novembro de 1814. Infelizmente, a importância de seu trabalho só foi reconhecida após sua morte.

A vida e obra desse excelente artista foram retratadas na TV e no cinema:
  • Cristo em Lama (cinema)
  • Aleijadinho – Paixão, Glória e Suplício (cinema)
  • No Caso Especial da Rede Globo com Stênio Garcia (TV)
Obras de aleijadinho
  • Igreja de São Francisco de Assis
  • Igreja de Nossa Senhora do Carmo
  • Palácio dos Governadores
  • Os Passos da Paixão
  • Igreja de São Francisco de Paula

    Os doze profetas

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Principais artistas do Barroco

BRASILEIROS
- Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) - escultor
- Bento Teixeira - poeta
- Gregório de Matos - poeta
- Mestre Ataíde (pintor)
- Eusébio de Matos e Guerra (pintor)
- José Joaquim da Rocha (pintor)
- Jesuíno do Monte Carmelo (pintor, arquiteto e escultor)
- Manuel de Jesus Pinto (pintor)
- José Teófilo de Jesus (pintor)
- Agostinho de Jesus (escultor)
- Francisco das Chagas (escultor)

ESTRANGEIROS
- Francesco Borromini (arquiteto italiano)
- Caravaggio (pintor italiano)
- Bernini (escultor italiano)
- Vivaldi (músico italiano)
- Padre Antônio Vieira (escritor português)
- Rubens (pintor flamengo)
- Giovanni Baglione (pintor italiano)
- Mattia Preti (pintor italiano)
- Frans Hals (pintor holandês)
- Diego Velásquez (pintor espanhol)
- Antoon van Dyck (pintor belga)
- Pietro de Cortona (arquiteto italiano)

Gregório de Matos

Gregório de Matos Guerra, advogado e poeta, nasceu na então capital do Brasil, Salvador, BA, em 20 de dezembro de 1636, numa época de grande efervescência social, e faleceu em Recife, PE, em 1696. Foram seus pais Gregório de Matos, e Maria da Guerra, respeitável matrona.

Estudou Humanidades no Colégio dos Jesuítas e depois transferiu-se para Coimbra, onde se formou em Direito. Não adaptou-se a Portugal, regressando ao Brasil aos 47 anos. Apaixonou-se pela viúva Maria de Povos, com quem passou a viver, com prodigalidade, até ficar reduzido à miséria. Passou a viver existência boêmia, aborrecido do mundo e de todos, e a todos satirizando com mordacidade. Além de grande poeta, fez também um trágico retrato da vida e da cultura baiana do século XVII. Como não havia imprensa no Brasil Colônia, seus poemas tiveram circulação escrita e oral. Sua produção poética pode ser dividida em três linhas: satírica, lírica e religiosa. Seus poemas líricos e religiosos revelam influência do barroco espanhol. Sua poesia satírica é do tipo que ataca sem compostura, toda a sociedade baiana, da qual ele se sentia um censor e uma vítima. Por suas críticas ferinas, recebeu o apelido de "Boca do Inferno". Gregório de Matos não publicou nada em vida. A totalidade de sua obra se manteve inédita, até quando Afrânio Peixoto a reuniu em 6 volumes, publicados no Rio de Janeiro, pela Academia Brasileira de Letras, entre 1923 e 1933, sob o título de "Obras de Gregório de Matos".

Texto Analisado

Obra: À instabilidade das cousas do mundo
Nasce o sol e não dura mais que um dia.
Depois da luz, se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém, se acaba o sol, porque nascia?
Se é tão formosa a luz, porque não dura?
Como a beleza assim se trasfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no sol e na luz falta a firmeza;
Na formosura, não se dê constância
E, na alegria, sinta-se tristeza.

Começa o mundo, enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza:
A firmeza somente na inconstância.
Autor: Gregório de Matos

     A obra está situada na escola literária do Barroco, e nessa poesia analisada, é clara a presença de antíteses- “Depois da luz se segue a noite escura” (luz e escuridão). O poeta demonstra pessimismo diante da vida terrena, fazendo questionamentos como no verso “Se é tão formosa a luz, porque não dura?”. Encontramos também, a presença de paradoxo (antítese exagerada) nas 3ª e 4ª estrofes –“ E na alegria sinta-se a tristeza” “A firmeza somente na inconstância”.
A temática da poesia consiste em uma reflexão moral e filosófica. O autor retrata uma transformação contínua dos elementos, onde a felicidade dura um tempo determinado, porém percebe que a beleza se encontra nesse vai e vem.
O eu lírico expressa-se em 3ª pessoa, expondo de forma objetiva as angústias e insatisfações que estavam extremamente presentes na vida das pessoas daquele período.
A poesia analisada é trata-se de um soneto, sendo composta por 14 versos, divididos em 2 quartetos e 2 tercetos.
Nas/ce o/ Sol/ e /du/ra/ mais/ que/ um/ dia
De/pois/ da/ luz /se /se/gue a/ noi/te es/cu/ra
Em/ tris/tes/ som/bras/ mor/re a/ for/mo/su/ra,
Em/ con/ti/nuas/ tris/te/zas/ a a/le/gri/a

     A partir da metrificação de uma das estrofes, podemos perceber que os versos do soneto acima são decassílabos, ou seja, com dez sílabas poéticas.
Na poesia lírica de Gregório de Matos, há uma intensa relação do conteúdo com o título, onde mostra claramente a transformação e impermanência das coisas que o autor considera belas. Destaca-se dessa forma, o questionamento do eu lírico em relação a essa instabilidade; como mostra a estrofe abaixo:
Porém, se acaba o sol, porque nascia?
Se é tão formosa a luz, porque não dura?
Como a beleza assim se trasfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
As figuras de linguagem presentes na poesia são: antítese, paradoxo e metáfora.
Quanto as rimas, podemos dizer que são interpoladas (ABBA ABBA CDC DCD).
Nasce o sol e não dura mais que um dia. - A
Depois da luz, se segue a noite escura,  - B
Em tristes sombras morre a formosura,  - B
Em contínuas tristezas a alegria.  - A

Porém, se acaba o sol, porque nascia?  - A
Se é tão formosa a luz, porque não dura?  - B
Como a beleza assim se trasfigura?  - B
Como o gosto da pena assim se fia?  - A

Mas no sol e na luz falta a firmeza;  - C
Na formosura, não se dê constância  - D
E, na alegria, sinta-se tristeza.  - C



Começa o mundo, enfim pela ignorância  - D
E tem qualquer dos bens por natureza:  - C
A firmeza somente na inconstância.  - D
A Nosso Senhor Jesus Christo com actos de arrependimento e suspiros de amor
Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu Deus, que hei delinqüido,
Delinqüido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.

Maldade, que encaminha à vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido;
Vencido quero ver-me, e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade.

Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me os braços,
Abraços, que me rendem vossa luz.

Luz, que claro me mostra a salvação,
A salvação pertendo em tais abraços,
Misericórdia, Amor, Jesus, Jesus.


A obra deixada por Gregório de Matos era composta por três tipos principais de poesia: líricas, religiosas e satíricas.

A segunda poesia por ser religiosa, possui uma temática diferente da poesia analisada, tendo em comum apenas o fato de serem sonetos decassílabos.  

Conclusão

Ao final deste período de árduo trabalho para a construção –e finalização- do nosso blog literário, chegamos a conclusão que a escola literária do Barroco foi marcada por traços de contraste entre seus temas –tanto artísticos, quanto os literários- e por ser uma reação da igreja Católica ao Renascimento, foi também marcado pelo pessimismo quanto ao homem e a exaltação do trabalho da igreja na salvação de sua alma.

Referências Bibliográficas



Barroco Brasileiro. Disponível em: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=63. Acesso em: 24 de setembro.

O Barroco no Brasil. Disponível em:
http://www.brasilescola.com/literatura/o-barroco-no-brasil.htm. Acesso em: 20 de setembro.

A arte barroca no Brasil. Disponível em:
http://www.mundoeducacao.com/artes/a-arte-barroca-no-brasil.htm. Acesso em : 20 de setembro.

Barroco no Brasil Características. Disponível em: http://www.blogbrasil.com.br/barroco-no-brasil-caracteristicas/. Acesso em: 24 de setembro.

Barroco. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/barroco/. Acesso em: 13 de setembro.

Características do Barroco. Disponível em: http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco03.php. Acesso em: 13 de setembro.

Biografia de Gregório de Matos. Disponível em:
http://www.e-biografias.net/gregorio_matos/. Acesso em: 13 de setembro.

Biografia de Bento Teixeira. Disponível em:
http://www.e-biografias.net/bento_teixeira/. Acesso em: 13 de setembro.

Padre Antônio Vieira. Disponível em:
http://www.brasilescola.com/literatura/padre-antonio-vieira.htm. Acesso em: 13 de setembro.

Poemas de Gregório de Matos Guerra - O Boca do Inferno. Disponível em:
http://dilsoncatarino.blogspot.com.br/2012/10/poemas-de-gregorio-de-matos-guerra-o.html. Acesso em: 13 de setembro.


Aleijadinho. Disponível em: http://www.infoescola.com/artes/aleijadinho/. Acesso em: 24 de setembro.