Gregório de Matos Guerra, advogado e poeta, nasceu
na então capital do Brasil, Salvador, BA, em 20 de dezembro de 1636, numa época
de grande efervescência social, e faleceu em Recife, PE, em 1696. Foram seus
pais Gregório de Matos, e Maria da Guerra, respeitável matrona.
Estudou Humanidades no Colégio dos Jesuítas e
depois transferiu-se para Coimbra, onde se formou em Direito. Não adaptou-se a
Portugal, regressando ao Brasil aos 47 anos. Apaixonou-se pela viúva Maria de
Povos, com quem passou a viver, com prodigalidade, até ficar reduzido à
miséria. Passou a viver existência boêmia, aborrecido do mundo e de todos, e a
todos satirizando com mordacidade. Além de grande poeta, fez também um
trágico retrato da vida e da cultura baiana do século XVII. Como não havia
imprensa no Brasil Colônia, seus poemas tiveram circulação escrita e oral. Sua
produção poética pode ser dividida em três linhas: satírica, lírica e
religiosa. Seus poemas líricos e religiosos revelam influência do barroco
espanhol. Sua poesia satírica é do tipo que ataca sem compostura, toda a
sociedade baiana, da qual ele se sentia um censor e uma vítima. Por suas
críticas ferinas, recebeu o apelido de "Boca do Inferno". Gregório de
Matos não publicou nada em vida. A totalidade de sua obra se manteve inédita,
até quando Afrânio Peixoto a reuniu em 6 volumes, publicados no Rio de Janeiro,
pela Academia Brasileira de Letras, entre 1923 e 1933, sob o título de
"Obras de Gregório de Matos".
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